MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO PÓS-EXERCÍCIO INTENSO


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Quando os cronogramas competitivos estão congestionadas, o processo de recuperação deve ser optimizado para as capacidades de desempenho a ser restaurada ao normal o mais rapidamente possível. Os procedimentos para facilitar os processos de recuperação deve iniciar imediatamente após o jogo ou treinamento.

Os Métodos de Recuperação Pós Exercício Intenso (RPEI), seja o exercício um jogo de futebol, uma maratona, jogo de tênis, triatlo, enfim, qualquer esporte no qual a exigência física do atleta seja muito intensa, vem sofrendo mudanças e muitas vezes aplicados de modo contraditórios. Claro, que muitos estudos comprovam que técnica A ou B é a mais eficaz, mas tampouco nenhuma possui uma afirmativa e comprovação unânime.

Portanto, fiz uma breve revisão bibliográfica para evidenciar na prática os métodos que para mim funcionam muito bem” e por último os métodos que acredito não funcionarem muito bem em relação à RPEI do atleta.

A fadiga muscular é um fator limitante do desempenho de atletas das mais variadas atividades esportivas. Reilly e Bangsbo (2000, p. 424) definem fadiga como sendo “uma redução na produção de força”. Outros autores, como Maglischo (1999) e Weineck (2000) seguem esta mesma linha, definindo a fadiga como uma redução na capacidade de manutenção da performance física. Casarotto e Dreher (2006) conceituam-na como “a redução reversível na capacidade de manutenção do desempenho físico, fisiológico e comportamental”.



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A fadiga é uma forma de defesa do organismo contra exigências excessivas. Ela visa à preservação das chamadas “Reservas Automaticamente Protegidas”, impedindo o esgotamento das reservas de energia do organismo, evitando-se riscos vitais (WEINECK, 2000).
    
A fadiga pode ocorrer tanto a nível central (fadiga central), quando atinge o sistema nervoso central (SNC), como a nível periférico (fadiga periférica), atingindo os músculos esqueléticos e mecanismos de contração muscular (DANTAS, 1998; KIRKENDALL, 2003).

Em seu estudo, Weineck (2003) divide as medidas que podem auxiliar a recuperação em medidas pedagógicas, médico-biológicas e psicológicas. As medidas pedagógicas envolvem o planejamento e estruturação racional das sessões de treinamento e de todo período de preparação. Por outro lado as medidas psicológicas estão relacionadas principalmente ao relaxamento e eliminação de estados psicológicos indesejáveis. Já as medidas médico-biológicas estão relacionadas à utilização de recursos nutricionais ou estratégias que otimizem o funcionamento do sistema neuromuscular.

Segundo Maglischo (1999), a fadiga não pode ser evitada, apenas retardada. Este retardo é conseguido através do treinamento. “Apenas as fibras musculares que são utilizadas no treinamento irão adaptar-se ao nível máximo”. (MAGLISCHO, 1999, p. 64) Logo, as atividades realizadas no treinamento deverão ser o mais parecidas possível com a realidade da modalidade praticada.

A realização de exercícios intensos está associada à alta produção de lactato e diminuição do pH dos músculos em exercício, podendo afetar o desempenho do indivíduo, visto que a redução do pH inibe diversas funções da célula muscular. Kirkendall (2003) diz que o acúmulo de íons de hidrogênio, sob a forma de ácido lático, afeta a excitabilidade das membranas, afetando o fluxo de cálcio, indispensável à contração muscular.

Pois bem, seguindo alguns estudos e principalmente evidências cito algumas técnicas as quais acho eficazes.

Resultado de imagem para reidratação recuperação pos exercicio eletrolitosREIDRATAÇÃO – A reidratação é o principal ponto do processo de recuperação após o exercício. O desempenho do organismo desidratado é diminuído, tanto nos exercícios de alta intensidade quanto nos de resistência. A reidratação requer a reposição da água perdida, mas a ingestão de água potável não é a via mais efetiva para promover a reidratação. A bebida deve conter quantidades moderadas de sódio e também pequenas quantidades de potássio.


CRIOTERAPIA (BANHO DE IMERSÃO) - A fadiga muscular pós-exercícios intensos é um dos episódios mais comuns na rotina dos praticantes de esportes. Na rotina de um atleta, a recuperação muscular é parte fundamental para um bom rendimento. A musculatura desgastada pode sofrer lesões capazes de afastá-los dos treinamentos e competições. Portanto, acho que o banho de imersão em agua gelada possui 2 efeitos importantíssimos.

    Terry, zagueiro do Chelsea na Icepool
  • ·         Por ser uma técnica de analgesia e anti-inflamatória, o banho de imersão imediatamente após o exercício, age diretamente nas inúmeras microlesões, ou seja, processos inflamatórios nas células musculares causados pelo gesto esportivo intenso.
Ao lado de Alex, Varejão posa na banheira de gelo 
  • ·         Imediatamente após o exercício intenso o corpo do atleta está totalmente vascularizado e com muito ácido láctico. A baixa temperatura gera uma vasoconstrição diminuindo o fluxo sanguíneo, e isso faz com que todo o sangue corporal se centralize na região abdominal para o melhor funcionamento das vísceras. Quando o atleta sai do gelo, o sangue circula com mais oxigênio e isso ajuda a “limpar” as toxinas que ficam na musculatura devido ao esforço físico.
Portanto, o banho de imersão no gelo NÃO ESTÁ relacionado à remoção de lactato.

Lionel Messi utilizando o Game Ready
Outra opção seria o GAME READY,cujo efeito de compressão é intensificado com circulação de água gelada. Os benefícios do frio local são o efeito anestésico e analgésico, a diminuição do metabolismo local e, consequentemente, o relaxamento. A vantagem, em relação ao banho de gelo, é que o resfriamento localizado atua diretamente no músculo lesionado.


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DIETA – A recuperação de treinos diários ou competições intensas é melhor quando os atletas consomem uma dieta rica em carboidratos. O efeito mais importante dessa dieta é maximizar os estoques de glicogênio nos músculos. O glicogênio muscular pode ser reposto no prazo de 24hs quando se ingere uma quantidade suficiente de carboidratos provenientes da dieta.

Os carboidratos devem ser consumidos imediatamente após o exercício e em seguida, em intervalos de 30 minutos, por aproximadamente 5 horas. Essa dieta deve oferecer a quantidade de carboidratos necessária para uma “recuperação precoce”.


Resultado de imagem para recuperação ativa nataçãoRECUPERAÇÃO ATIVA – Consiste na prática de um exercício de baixa intensidade durante o período de recuperação de outra atividade de maior intensidade. Esses exercícios são atividades que, quando realizadas, exigem baixa capacidade pulmonar, algo entre 29% e 40% da sua capacidade de respiração. Ao serem praticados, causam o aumento do fluxo sanguíneo, da oxigenação dos músculos e contribuem com a eliminação das enzimas responsáveis pela fadiga e lesões musculares.

LIBERAÇÃO MIOFASCIALA fáscia muscular é um tecido conjuntivo que envolve os músculos e grupos musculares. Sua função principal é reduzir a fricção permitindo assim que os músculos deslizem uns sobre os outros. A auto-liberação miofascial oferece benefícios e a reparação de aderências de partes moles e tecido cicatricial.


COMPEX – Muito em voga atualmente os eletroestimuladores nos fornecerem meios eficazes de solicitação muscular em intensidades que contribuem para uma regeneração muscular eficiente. O Compex atua diretamente no músculo e seus efeitos são potencializados, pois as correntes elétricas emitidas pelo aparelho também têm a função de relaxar e aliviar a dor, resultando em uma recuperação muscular mais rápida. Tal como no conceito de recuperação ativa, através destes equipamentos os músculos são ativados a uma baixa intensidade, apenas com o intuito de promover com eficácia a remoção dos metabolitos, por exemplo. 

NORMATEC – Auxilia a recuperação física de atletas de alto rendimento através de movimentos de compressão pneumática. Sistema de compressão seqüencial baseado na fisiologia normal. É aplicada através de vestuário concebido para o efeito e têm como principal objectivo promover a circulação sanguínea (retorno venoso) e também a estimulação linfática. O Normatec melhora o retorno venoso nos membros com pressões segmentadas maiores que 150 mmHg ‒ o suficiente para ativar os linfonodos, melhorar a circulação e reduzir os níveis de lactato armazenados na musculatura. Em certa medida e no seguimento da pressão efetuada sobres as estruturas onde são aplicadas ajudam também a diminuir a sensação de “inchaço”. 




OS GRANDES EQUÍVOCOS:

MASSAGEM – A maioria dos estudos indica que a massagem pode ser eficaz em minimizar a sensação de dor muscular, porém falha em demonstrar seu efeito sobre a função muscular e o desempenho. Essa inconsistência nos resultados das pesquisas pode ser atribuída a uma série de limitações metodológicas (treinamento inadequado do terapeuta, diferentes técnicas de massagem utilizadas, variação no tempo e intensidade de aplicação da massagem e duração insuficiente do tratamento). Em síntese, até o presente momento, as provas não suportam a massagem como um método eficiente na recuperação pós exercício. Portanto, não sou muito adepto desta técnica como um MRPEI.

ALONGAMENTO ESTÁTICO – A maioria dos estudos envolvendo o alongamento estático após a sessão de exercício não mostrou efeito benéfico na redução da dor muscular tardia. A literatura atual relata eficácia reduzida do alongamento estático como forma de prevenir ou reduzir as lesões musculares induzidas pelo exercício.

Enfim, atualmente usamos aqui no Chiang Rai United o banho de imersão, famosa banheira de gelo ou icepool imediatamente após o jogo, num tempo no máximo 8 minutos numa temperatura que varia de 5º a 10º. No dia seguinte é feito a recuperação ativa, ou seja, uma corrida leve no campo ou bicicleta na academia. Pronto! Isso já é o suficiente. Claro, se tivéssemos o Game Ready ou o Normatec, com certeza usaríamos muito.

No atual protocolo vem nos dando um grande retorno, visto que o índice de lesão é praticamente zero. Alguns atletas asiáticos até fazem massagem, já que é uma questão cultural da região, mas porém, a mesma é sempre supervisionada para não trazer riscos ao atleta.




FONTES:




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