CORE NO FUTEBOL

"Saudações pessoal, o artigo a seguir se refere, no meu ponto de vista, no trabalha mais importante tanto na reabilitação quanto na prevenção de lesões num atleta. O Core, quando bem realizado, trará ao atleta uma maior estabilidade nos movimentos esportivos bem como irá minimizar a incidências de lesões."

O CORE é uma técnica muito utilizada pela fisioterapia como prevenção e tratamento para as mais diversas desordens músculo-esqueléticas e também, como uma importante ferramenta para a melhora da performance dos atletas das mais variadas modalidades. É um método de treino físico que fortalece e estabiliza os músculos mais profundos do nosso corpo: região do ombro, costas, abdominais, músculos da região pélvica e dos membros inferiores, responsáveis por uma postura correta e pelo desempenho, eficiente e seguro, tanto das tarefas diárias como dos gestos desportivos. O treino de CORE é vantajoso, pois objetiva aumentar a força de estabilização.


O complexo do CORE tem sido descrito como um conjunto de 29 músculos que trabalham de uma forma coordenada visando a estabilidade lombo-pélvica. É nesse grupo muscular que se tem o centro de gravidade e onde se inicia todo e qualquer movimento que se realiza tanto com membros superiores como em membros inferiores. Pouco adianta ter músculos das extremidades fortes se o CORE é fraco, pois esta força não será capaz de gerar um movimento eficiente dos membros. Um CORE fraco é problema fundamental de movimentos ineficazes, o que predispõe à ocorrência de lesões. Por outro lado, um CORE com bom controle, força e resistência proporciona uma base estável para que o corpo consiga realizar qualquer tipo de movimento de uma forma equilibrada, coordenada e com uma melhor funcionalidade. Isso tudo pode contribuir para um melhor rendimento dos mais diversos gestos esportivos.

O trabalho visa estabilizar 29 músculos de forma coordenada, sendo neste grupo onde se iniciam movimentos que se realizam tanto com os membros inferiores quanto com os superiores. O conjunto destes músculos pode ser dividido em dois grupos:

1) Músculos superficiais ao redor da região lombar e abdominal (reto-abdominal, para-vertebrais e oblíquos externos), possuindo em sua maioria fibras de contração rápida e um grande braço de alavanca, podendo desenvolver um grande torque auxiliando na aceleração e desaceleração do tronco;

2) Músculos profundos e intrínsecos responsáveis pelo ajuste postural nos movimentos (transverso do abdômen e multifídeo).


Arranques, acelerações, giros, podem ser mais eficientes com um CORE mais fortalecido e o melhor deste trabalho está em prevenir lesões do centro corporal muitas vezes enfraquecido. Um treino que englobe esses dois grupos torna o trabalho mais eficaz, relacionando rendimento com prevenção.

Desportos como o futebol, por possuírem um grupo extenso de jogadores, deixam os atletas expostos ao sofrimento de lesões pela alta intensidade das ações, volume, contato físico, etc. Torna-se difícil para a comissão técnica poder contar com todos os atletas para as partidas, sendo que muitas vezes erroneamente os preparadores físicos são culpados pelas lesões dos jogadores. Atletas treinam em altos volumes e intensidades, e competem em altos picos de carga, sendo que, como já descrito anteriormente, os mesmos estão sujeitos a se lesionarem. O trabalho que pode ser realizado é o preventivo. Mesmo assim, estamos longe de afirmar que acabaremos com as lesões, e sim se minimizarão as suas ocorrências.


Muitas vezes, essas lesões aparecem por regiões enfraquecidas, principalmente na parte central, em musculaturas auxiliares, onde o trabalho de força realizado não causa adaptações.
Por conta dessa região em ser o ponto de equilíbrio corporal, o trabalho a se realizar relaciona-se à capacidade física de coordenação, treinando o equilíbrio com conseqüente obtenção de um movimento mais estável e com maior funcionalidade, enfatizando a região do CORE com trabalhos próximos ao gesto desportivo. O treinamento isométrico destas regiões compensará a falta de equilíbrio e, quando exigida, poderá, provavelmente, evitar uma lesão.

Entende-se por transferência a relação do treinamento com o gesto técnico e motor específico da modalidade, em que, quanto mais específico for o exercício, maior será a transferência para o gesto e, conseqüentemente, maior rendimento desportivo.

O treinamento do CORE requer certo nível de conhecimento e especialização dos profissionais que trabalham com ele, sabendo seguir os programas, os volumes, as fases, as intensidades, e outros itens necessários para aplicação deste tipo de atividade. Uma aplicação adequada pode trazer resultados importantes num macro-ciclo, tanto no rendimento atlético quanto na prevenção das lesões. Apesar da atual popularidade do CORE, poucos estudos têm sido feitos para demonstrar o benefício para atletas saudáveis. Lembrando que só a atuação do CORE não é o suficiente para um maior rendimento dos nossos atletas, não podemos esquecer de todas as valências físicas que englobam o Futebol, pois se quisermos uma maior sustentabilidade ao longo dos jogos, das competições devemos alinhar o trabalho da preparação física com toda a comissão técnica para sermos bem sucedidos ao final da temporada.


Desta forma, o atleta tenderá a estar preparado para exercer um movimento que não foi previsto em seu treinamento,diminuindo assim o risco de lesão ao efetuar o gesto motor. Esse programa de exercícios traz para o futebolista uma gama de vantagens, tanto em competições intensas de curto espaço de tempo, como em competições com maior número de jogos.

Segundo (Carneiro, 2008), Pode-se citar:

• Diminuição de lesões articulares e musculares.

• Melhoria do equilíbrio muscular.

• Melhoria da consciência e controle postural na realização dos movimentos específicos.

• Maior estabilidade da musculatura paravertebral, abdômen e glúteos, que são essenciais para realização do chute no futebol.

• Melhora do equilíbrio estático e dinâmico.

• Economia de esforços em movimentos desnecessários.

• Aumento da eficiência dos movimentos.

Todo programa de exercício elaborado dentro dos princípios desse tipo de treinamento trará benefícios para o atleta. O mais importante é minimizar os erros para que a performance atlética seja alcançada no decorrer da exigência.


Referência bibliográfica

Fredericson M; Moore T. Core stabilization training for middle-and long-distance runners. New Studies in Athletics. 2005; 20:1; 25-37.

Richardson C; Jull G; Hodges P; Hides J. Therapeutic exercise for spinal segmental stabilization in low back pain: scientific basis and clinical approach Edinburgh (NY): Churchill Livingstone: 1999.

Akuthota V, Nadler S F. Core Strengthening. Arch Phys Med Rehabil. 2004; 85(3 Suppl 1): S86-92.
Leetun D T; Ireland ML; Willson JD; et al. Core stability measures as risk factors for lower extremity injury in athletes. Med Sci Sport Ex. 2004; 926-934.

Marshall PW; Murphy BA. Core stability exercises on and off a Swiss ball. Arch Phys Med Rehabil. 2005; 86; 242-9.


Dr. Edgar Issao Fujii, fisioterapeuta esportivo


http://rodrigoferreirapreparadorfisico.blogspot.com/2011/05/o-trabalho-de-core-training-no-futebol.html

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