ABORDAGEM IMEDIATA NAS LESÕES MUSCULARES

Na abordagem imediata da lesão muscular, o fisioterapeuta deve ter um diagnóstico médico correto para estabelecer o tipo do problema, o grupo envolvido e a classificação que depende de observação dos sinais e dos sintomas, detalhado exame físico e, se necessários, exames complementares (como ressonância magnética, por exemplo).

Desse modo, o fisioterapeuta também pode avaliar as condições funcionais do grupo acometido e a mobilidade articular supra e infra-adjacente à lesão, a fim de estabelecer a abordagem imediata, traçar os objetivos a serem conquistados e eleger os recursos que serão adotados em cada fase, logicamente dependendo da evolução e da resposta do atleta ao tratamento proposto. Como objetivos da abordagem imediata temos:

- reduzir a dor, o edema e o sangramento da região
- controlar o quadro inflamatório
- diminuir o espasmo muscular

Os recursos que poderão ser empregados são:


- a crioterapia mediante compressas de gelo picado que poderão variar de tempo de aplicação e de intervalo, dependendo da dimensão da lesão e da profundidade da musculatura acometida
- o TENS é outro recurso analgésico que pode ser usado no caso de dores espontâneas e na inibição do espasmo muscular
- recursos como o fonoforese e o iontoforese com o emprego de substâncias antiinflamatórias auxiliam no controle da fase inflamatória do processo cicatricial do músculo. Deve-se levar em conta que o repouso nessa fase aguda e inicial é de fundamental importância.

Na segunda fase, se a evolução for satisfatória, iniciam-se o quanto antes os exercícios de alongamento muscular que nem sempre serão analíticos e específicos para o grupo acometido, em razão de dor ou incômodo local diferente do desconforto comum causado no alongamento pela ativação do reflexo miotático que é, progressivamente, neutralizado, alcançando-se o objetivo desejado, a deformação da elastina muscular e a hipertrofia longitudinal do músculo.

Quando o alongamento analítico trouxer desconforto local, opta-se pelo alongamento da cadeia muscular supra e infra-adjacente e de suas respectivas fáscias e expansões aponeuróticas, trazendo assim um alongamento indireto para o grupo ou músculo acometido. O objetivo do alongamento muscular precoce é estimular a deposição de tecido colágeno cicatricial mais organizado, e próximo de um posicionamento paralelo, para que as condições funcionais futuras desse músculo (contratibilidade e flexibilidade) sejam mais próximas do normal.

A micromassagem transversa profunda é outro recurso que pode ser adotado nessa fase, com o objetivo de orientar o posicionamento das fibras do tecido cicatricial. Esse recurso é de grande importância, mas é preciso que a intensidade de dor ao toque na região esteja diminuída, ou que o atleta tenha boa suportabilidade à dor.

Nessa fase serão a intensidade e a freqüência da dor que determinarão a substituição das compressas de gelo picado por compressas de calor úmido (bolsas com água quente, com toalha úmida ou mesmo o Hydrocollator). O calor nesse momento tem como objetivo aumentar o aporte sangüíneo e nutricional para a região, ambos de grande importância no processo de reconstrução tecidual. O tempo e a freqüência das aplicações logicamente dependerão das dimensões e da localização da lesão. No caso de lesões musculares de plano profundo, opta-se pela termoterapia profunda (ondas curtas e microondas).

Tão logo o indivíduo não tenha mais dor no alongamento analítico e na solicitação ativa, intensifica-se o alongamento global e inicia-se o analítico para o músculo acometido, observando sempre se há desconforto ou dor específica no local da lesão para controle da intensidade e da amplitude do movimento.

Bibliografia

BARROS, Turíbio L. e GUERRA, Isabela. Ciência do futebol. Editora Manole, 2004.
http://poucaspalavras.wordpress.com/2010/06/10/distensao-da-panturrilha/
http://universidadedofutebol.com.br/2007/08/1,878,ABORDAGEM+IMEDIATA+DE+LESOES+MUSCULARES.aspx?p=3

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